segunda-feira, 6 de outubro de 2008

24 horas de Viseu - 4 e 5 de Outubro de 2008

Boas Pessoal Pedalante

Depois de um interregno no blog, não julguem que fiz os 4000 km e parei, antes pelo contrário, o conta-kilómetros já vai quase nos 5000, apenas o tempo é que não têm sido muito, a paciência também, e caramba, no Verão a gente quer é pedalar, em vez de estar em casa em frente ao pc.
Com algumas lesões musculares pelo caminho, os treinos não tem sido assim o que gostaria de ter feito, isto para enfrentar esta prova de 24 horas em Viseu.
Organizada pelo clube dos Biriattus, esta foi a segunda edição da prova, que nos tinha sido recomendada por alguns amigos, como tendo sido bem organizada no ano passado.
Gente simpática, acolhedora, que nos recebeu muito bem, talvez pela Casa da equipa que representamos, lá nos conseguiu criar um espaço para assentarmos arraiais, no meio das outras equipas, quando o espaço já estava todo ocupado, com boa vontade ainda nos conseguimos instalar.



O Nuno e o Pedro foram na sexta à noite para marcar lugar, se não fosse assim acho que íriamos montar a tenda , talvez no palácio do gelo.
Desta vez fomos com uma equipa de 4 elementos, auxiliados por dois colegas, o Almeida e o Lages, que embora não estivessem ainda ambientados a estas coisas, rapidamente se integraram e foram uma ajuda preciosa na logística.
Coube ao Pedro iniciar as hostilidades, fez 3 voltas, cerca de trinta e poucos minutos cada, depois o Sérgio mais duas voltas, a seguir o Nuno, mais duas voltas.

Depois coube-me a mim, e já à algum tempo que as coisas não corriam assim tão mal. Na verdade contava ter problemas nos músculos das pernas, ou que as costas voltassem a ceder, já que tinha tido uma lombalgia durante a semana, daquelas que nem dá para dobrar as costas para calçar as meias e os sapatos.
Na primeira volta, e ao fim de cerca de 3 horas de prova, a terra batida estava a ficar esfarelada, muito fina, e cada concorrente que passava levantava muito pó. Comecei a receber doses industriais de pó, que me provocaram um ataque de asma, e torna-se difícil andar sem respirar bem, pelo que a ansiedade tomava conta de mim logo na primeira volta, o que me levou a pedir pelo "oki-toki" que o próximo parceiro entrasse, já que não me sentia em grandes condições de continuar. Depois comecei a acalmar um pouco, a normalizar mais a respiração, embora não fosse ainda ideal, dava para continuar, pelo que quando cheguei à meta e como o Pedro ainda não estava pronto a entrar, continuei e fui dar mais uma volta. A respiração embora não sendo normal, estava melhor, as pernas mais quentes e dar uma resposta melhor, lá fiz uma volta um pouco mais rápida, atendendo às minhas limitações fiz o que podia.
Contamos com a companhia dos nossos amigos Cotonetes, Pedro, Guilherme e a Ana

O percurso era interessante, uma primeira parte rápida e quase sempre plana, com algumas partes do piso em empedrado, o que fazia trepidar bastante a bike, abençoada suspensão total e trabalhar agora melhor que nunca, depois de ter feito a revisão. A segunda parte do percurso, entrava numa zona de densa floresta de carvalhos, parte dela um antigo parte de campismo, agora desactivado, o que é uma pena, porque pareceu-me que devia ser um parque de campismo espectacular com muito boas condições, com esquilos a virem quase à nossa beira, pavões a passearem, dizendo melhor a pavonear-se no meio da "nossa" pista.
Esta parte do percurso com algumas dificuldades pelo caminho, algumas subidas mas nada que não se fizesse bem, não havia paredes nem grandes dificuldades técnicas, digamos que a pior dificuldade era mesmo o pó que ia sendo levantado por quem passava para a frente.
Na zona da meta, uma solução engraçada e original, dois camiões TIR, encostados um ao outro e entrava-se por um e saía-se pelo outro, metia respeito a entrada pela rampa ser bastante íngreme e de manhã já começou a ter um pequeno degrau na entrada. Já li algures ter havido acidentes acidentes ali, eu não vi mas é provável que tivessem acontecido, era daquelas zonas em que não dava para hesitar, aproveitar a velocidade da descida antes e entrar de sopetão foi como me desenrasquei, não tive problemas nas 7 vezes que lá passei.
Depois de jantar, um esparguete à bolonhesa, o pão era óptimo felizmente, acho que uma sopinha quente também teria caído bem, mas enfim, era o que havia.
Lá me preparei para dar as primeiras voltas à noite, voltou a correr mal, logo ao fim da primeira subida fiquei sem a luz principal, levava mais uma no capacete, que embora insuficiente teve de remediar, não ia parar e voltar para trás.
Continuo sem perceber o que se passou com a minha lamparina, mas dói mais quando se gasta o dinheiro e as coisas falham.
Lá consegui dar uma volta a guiar-me pelas fitas, sem ver o chão que pisava, ainda por cima com o pó no ar, era quase impossível de ver o caminho. Várias vezes quase fui ao chão, optei por andar mais devagar, e fui à boxe, já com vontade de desistir e ficar por ali, o ar cada vez mais frio também não estava a ajudar nada a minha asma, mas acabei por montar outra luz e ir fazer mais uma volta. Há dias assim, em que nada corre bem.
Depois fui descansar para o carro embrulhado no saco-cama, a pensar se valerá a pena voltarmos a entrar neste tipo de prova. Embora sejam interessantes e ajudar a desenvolver o espírito de equipa, é muito duro fisicamente, por que se acaba por estar muito tempo parado e os músculos arrefecem e quando se volta a andar é muito difícil voltar a ter ritmo.
De manhã quando acordei, a equipa felizmente tinha optado por parar até de manhã, não havia mesmo condições, o frio muito intenso, molhava-se a roupa e era impossível continuar a andar com a roupa húmida, felizmente eu tinha levado alguma roupa extra, e consegui de manhã a seguir a fantástico pequeno-almoço de pão fresco, com manteiga, fiambre, queijo, marmelada e doce, café, leite e sumo de laranja, e acompanhado pelo belíssimo bolo chamado biriattu, não conhecia, mas é uma delícia e ainda por cima aqueles estavam ainda acabados de fazer, quentinhos, souberam mesmo bem.
Lá voltei à pista, tínhamos combinado eu fazer duas voltas de modo a permitir ao Pedro e ao Nuno ainda tentarem fazer mais algumas voltas, quando completei a segunda volta pediram-me para dar mais uma, embora já bastante cansado e cada vez mais lento, mas lá fui, era importante manter alguém a dar voltas, fiz o que pude até nas subidas, de vez em quando precisava de parar para relaxar os músculos, mas lá fui.
A seguir entrou o Pedro, que já estava a ficar com a zona do "interface" com o selim, ou o sítio onde as costas mudam de nome, vulgarmente conhecido por rabo, adiante, estava com o rabo em ferida, pelo que acabou por dar uma volta e sair e entrar o Nuno para dar a última volta antes do meio-dia. No total conseguimos dar 27 voltas, não acho que tenha sido mau, foi o que se pôde fazer, durante o dia andamos sempre, só quebramos à noite, o que acabou por nos custar dois lugares na classificação geral, e quase que chegávamos ao pódio do terceiro lugar (a contar do fim) ficamos em quinto lugar a contar do fim, um honroso 40º lugar em 44 equipas de 4, foi bom, valeu pela companhia, pelo convívio com as outras equipas e amigos e foi outro fim de semana bem passado.
Agora se voltaremos a participar noutras 24 horas, não sei, tem de ser bem equacionado, parece-me que talvez não, mas eu costumo dizer, "nunca digas desta água não beberei" até porque se a sede for muita e o vinho fôr fraco e não houver cerveja, até água marcha.
Quanto a próximas provas, embora ande sem grande vontade de entrar em competições, não poderei faltar à prova das Terras do Egas, organizada pelos nossos amigos de Paço de Sousa, Nuno Ntel e companhia, até porque o ano passado não pude participar por estar lesionado.
Agora a minha ideia é fazer passeios, passeios do género de sair de manhã e chegar à noite, este ano ainda não fiz nenhum e quero fazer enquanto não começa a chuva a sério.

Abraço e boas pedaladas
João Vaitu63

3 comentários :

  1. Viva João. Impecável o teu rescaldo do evento. Obrigado pelas fotos que enviaste ao Pedro. Deixo também o Obrigado pela amabilidade do Vosso grupo nos ter tratado tão bem e dos nos terem guardado as bikes. Um abraço para ti e manda igualmente um abraço para eles.

    Guilherme (Os Cotonetes)

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  2. boas j0ã0!

    Tivemos em grande e ja evoluimos em relação a ultima prova, e claro que vamos entrar em mais 24horas com algumas afinações estrategicas e agora que temos dois gestores de logistica de alto gabarito loool...portas-te muito bem para que tava todo empenado do custado...e só uma justificação para aqueles que andavam a dizer que tavas com uma barriguinha sexy nas fotos...AKILO NAO É BARRIGA ESQUECES-TE FOI DO CAMELBAG EM CASA E LEVAVAS O MATERIAL ALI :))))

    PEPE

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  3. A barriguinha tem justificação, depois de mais 20 anos de casado, sempre com a mesma mulher, confirmo a história da relação entre o frigorífico e o casamento.
    De resto o material extra que levo, dá para dar as duas voltas e continuar e dar outra, sempre que necessário, apesar de bem empenado aguentei-me, ao contrário de alguns jovens com menos 10 anos que me acompanhavam.

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