domingo, 23 de novembro de 2008

Aventura na Raia, Idanha-a-Nova, 22 de Novembro de 2008

Boas Pessoal Pedalante

Como sabem (aqueles que me conhecem), a minha Maratona BTT de eleição, é a Maratona Internacional de Idanha-a-Nova.
Desde que comecei a fazer Btt, fiquei sempre com vontade de percorrer aqueles trilhos, quer pelas fotografias postadas sobre maratonas passadas, quer mesmo por ser aquela uma zona por mim bem conhecida, tantas vezes fui com os meus amigos pescar na Barragem de Idanha, tantos passeios por Monsanto, Idanha-a-Velha, Penha Garcia, etc, tanta aldeia com anos e anos de história, tanto caminho, tanta pedra, se aquelas pedras falassem ...

Um convite do Carlos Magro "Penatábua", o chefe Presidente dos À Borliú's, onde simpaticamente aderi, até por concordar com os ideais que os norteiam, apesar da maioria deles serem do sul (trocadilho.. eheh ), aqui não há, pelo menos eu nunca senti, divisões norte-sul, nem futebolices, nem politiquices, a gente quer é pedalar e mais nada.
Como ia escrevendo, a equipe À Borliú, ia fazer um reconhecimento da maratona do próximo ano, escolher alguns percursos, recolher opiniões, como tal achei que era uma oportunidade de ouro de voltar a pedalar com os Borliús, já aqui no norte somos pouquíssimos a usar o Jersey, embora eu ache que Borliús haverá mesmo muitos, a usar os ideais de fazer BTT sem gastar muito dinheiro em eventos. Não faltam trilhos e para quê pagar por usa-los.
Como os elementos inscritos, alguns conhecidos outros não, pareciam-me que poderia acompanha-los sem grandes problemas, já que o meu ritmo é sempre um pouco mais lento.
A minha ideia era fazer só a primeira parte do reconhecimento, já que este passeio ia ser sábado e domingo, com pernoita em Salvaterra do Extremo, mais conhecida por Salvaterra do Empeno.

O percurso foi exactamente o que mais gostava de fazer. Bem por onde é, não vou revelar, a seu tempo saber-se-á. Mas gostei imenso de o fazer, foi pena termos saído já um pouco tarde de Idanha, o que provocou que chegássemos muito tarde ao destino, Salvaterra do Extremo. Começamos por descer a célebre calçada romana de Idanha-a-Nova, eu que nunca tinha passado por lá, achei muito engraçada para descer, para subir nem imagino o tempo que poderia levar a subir aquilo, à mão, são cerca de 200 metros de desnível em calçada romana, que ainda por cima estava em obras, aos ziguezagues por ali acima, não me imagino a subir isto depois de percorrer 100 km, aliás nem me imagino a conseguir fazer os 100 km sequer, vamos por partes, primeiro fazer uma boa preparação e depois logo se verá. A sorte protege os audazes e, eu digo que só perde quem não ousa, eu estou disposto a ser audaz e a ousar no próximo ano.
Só espero não levar nenhum cartão amarelo ou vermelho ... como levei aqui ...
O percurso obrigou muitas vezes a passar por cima das cercas, baixar os arames farpados, abrir cancelas e depois voltar a fecha-las, às vezes passar as bikes por cima das vedações e nós por baixo a rastejar, foi muito engraçado.
A partir daí, foi o habitual de Idanha-a-Nova, uma sucessão de paisagens admiráveis que nunca me canso de ver, embora este ano, como o clima vá muito seco, não tem aquela verdura e frescura que seria de esperar nesta época do ano, o Outono vai a meio já era para ter chovido mais. De qualquer modo foi óptimo ter um dia cheio de sol, com algum vento que não ajudava nem contrariava o nosso caminho. Melhor era impossível.
Foi pena a minha montada não ter colaborado nada durante o passeio, com a vontade que tinha de fazer este passeio, pedi uma bike de teste no Corte Inglês, e consegui ter uma Scott Genius 20, quadro de carbono, cerca de 11 kilos, uma bike que seria deveras admirável, não ter tido um senão, um não, dois.
Primeiro foi o ajuste de fim de curso do desviador traseiro que estava desafinado, a corrente saltava para além da cassete, para dentro da roda, ainda consegui "afinar" ou melhor tentar afinar o fim de curso de modo a não saltar, mas uma coisa é afinar em plano, sem grande esforço, e parecia que tinha ficado bem, quando começamos a fazer algumas subidas a corrente saltava por todos os lados, não conseguia praticamente utilizar a primeira e segunda velocidade, que ainda por cima são as que mais uso, acabava sempre por ter de desmontar na maior parte das subidas, ainda houve um companheiro a tentar dar um jeito mas mesmo assim havia qualquer coisa que não estava a funcionar bem. No grupo vinha também outro companheiro a pilotar uma Scott Genius, a de topo de gama, e realmente olhando para uma e olhando para outra, o triângulo oscilante da suspensão traseiro da "minha" vinha muito mais baixo, o que provocava além do desconforto de não ter quase curso traseiro, deveria ter 150 milímetros, os pedais vinham sempre a tocar no chão ao mínimo obstáculo. Eu já sabia que o amortecedor não vinha nas melhores condições, não bloqueava. Agora não percebi quando ele acabou por perder o ar, se calhar já teria vindo assim. Quase lamentei não ter trazido a minha fiel companheira Trek de muitos quilos, como eu, mas que nunca me deixa ficar mal a "destrocar" mudanças.
É certo que que esta é muito mais leve, conseguia ir muito mais além nas subidas em mudanças mais pesadas, a suspensão dianteira é realmente extraordinária, quando se estende os 150 milímetros dá para passar sem grandes cuidados por cima de todas as pedras e calhaus que nos parecem o caminho, quase não se dá por eles. Continua a ser necessário dar aos pedais com força para andar, e pelo preço que custam bem que podiam trazer motor acoplado, às vezes dava jeito.
A imagem do dia....
Durante o passeio, a única heroína presente, a Susana Pereira, a única mulher que se dignou a acompanhar-nos, teve o azar do dia, de dar duas arrepiantes quedas, que a deixaram bastante maltratada, ainda assim e com a colaboração de todos, lá conseguiu chegar até ao fim só ela sabe como, já mal mexia um braço e com algumas nódoas negras.
Como se saiu já tarde de Idanha, e nesta época do ano anoitece muito cedo a diversão não pode durar tanto tempo, e por vezes o pessoal quer parar e conversar um bocado, as célebres reuniões da tupperware, quase não havia tempo para elas, o tempo começou a esgotar-se, e o como não estava previsto, quase ninguém trazia luzes, não sei porquê, mas achei que as coisas podiam acabar tarde, e pelo sim pelo não, preveni-me, e coloquei na mochila as duas luzes de fazer nocturnos que tenho. Ainda bem que o fiz e também por que não pesam assim tanto.
A parte final do trajecto, cerca de talvez uns 10 quilómetros, não sei bem, o meu GPS vinha na mochila, foram feitos de noite, quase completamente o Penatábua só nos "enganava" dizendo que eram só mais 2 km, acho que ele queria dizer 2 km de cada vez, mas o guia é mesmo um fenómeno, mesmo às escuras não se perdeu e conseguiu levar-nos ao nosso destino, a Casa do Forno, em Salvaterra do Extremo.

A Susana com o passar do tempo devido à queda foi perdendo força, já nas descidas tinha receio de descer em cima, mas lá chegou ao destino conforme pode.
Eu também já não ia muito bem, mas também lá me aguentei como pude, ando mesmo a precisar de treinar muito mais, principalmente as subidas, mas ainda tenho um longo caminho pela frente.
Tenho pena de não ter feito o percurso no dia seguinte, mas compromissos familiares a isso me obrigavam, mas haverá mais oportunidades de pedalar com tão boa companhia, espero eu.

Abraço e boas pedaladas
João Vaitu63

1 comentário :

  1. Olá João,

    Agradeço as palavras que nos são dirigidas, a mim particularmente e aos "À BORLIU" onde me inclúo.

    Foi para nós uma alegria, honra e prazer ter-te como companhia neste reconhecimento, foi pena a hora tardia em que começamos o mesmo, alguns trilhos novos, já estavam sem luz e não ficaram no registo das câmaras(ficarão noutra altura), mas de facto aquele "TERMINUS" foi uma Aventura que nunca tinha experimentado, mas com a vossa companhia, resultou 5 estrelas, pedalar 10 kms sem luz, em pleno Parque Natural do Tejo Internacional, na vossa companhia e com aquele Céu Super Estrelado(estavasm la todas), foi uma das minhas melhores experièncias, como diz o Torugo, foi Épicoooooooooooooooo.

    O dia seguinte foi pautado pelo mesmo "Diapasão", qq momento era apropriado para a reunião de "Tupperware" para apreciar paisagens, experiências com mais adrenalina etc, mas sempre naquele espirito por ti já anunciado e é esse espiríto que mantém um grupo de malta deste "QUILATE" UNIDO e MOTIVADO para continuar a pedalar e a conhecer este nosso belo país.

    Em relação ao percurso, deixando o "TUPPERWARE" em casa e fazendo uma preparação minima, tens ao teu dispôr estes belos trilhos.

    Em nome dos presentes tenho também de agradecer o BELO NÉCTAR de 1963 que nos ofereceste, aqueceu A ALMA e reforcou o apetite.

    Ate ao proximo A BORLIU

    Abraco de CMagro penatabua

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