terça-feira, 26 de maio de 2009

Com um trilhozinho nos olhos - 26 de Maio de 2009

Olá Pessoal Pedalante

Não é muito costume referir aqui no blog, pedaladas de menor importância, treinos ou coisas assim.
Mas esta, achei que devia partilha-la. Pensei em vários nomes para esta aventura... tipo ..em busca do trilho perdido .. à descoberta de novos trilhos .. mas ficou este .. trocadilho.. com a canção do Sérgio Godinho "com um brilhozinho nos olhos" já que a companhia foi outro Sérgio ..
Há muito tempo que trazia a ideia, de cada vez que passava no metro pela ponte D.Luís, ver ao longe um trilho na escarpa junto ao rio Douro, a passar junto à ponte D.Maria, a ponte ferroviária desactivada à alguns anos, e agora felizmente em obras de reparação, finalmente. Consta-se, que é para fazer um corredor/ciclovia, a ver vamos se será assim. Como dizia, reparava sempre nesse trilho escondido na escarpa da Serra do Pilar, aqui à tempos o Nuno "tropeçou" num vídeo do Youtube em que aparecia este mesmo trilho a ser feito por malta que vinha da zona de Avintes, Oliveira do Douro, o que aguçou ainda mais o apetite de ir ver e conhecer este trilho. Depois de nunca mais haver oportunidade de se lá ir, ou por um não poder ou por outro, conseguimos, eu e o Sérgio, fazer coincidir uma manhã livre, e a opção era simples, ou monte ou estrada. Estrada faço eu muita e sempre que estou sozinho, e andava era com apetite de ir ao monte e sugeri irmos fazer aquele trilho à descoberta. Não havia track GPS conhecido, os relatos mais próximos de alguém que teria passado por lá a pé, datavam de à cerca de 30 anos, o que não era muito fiável, convenhamos.
À hora marcada, o Sérgio lá apareceu a minha porta e lá partimos à descoberta. Descemos a Avenida da República até à ponte D.Luís, viramos pela rua à direita, que desce em direcção ao rio, como já tantas vezes tinha feito, mas na primeira curva, lá voltamos em direcção ao Bairro da Serra do Pilar, e o caminho começava ali mesmo, primeiro uma ponte, a do Infante, a seguir a de Dona Maria, de tão entusiasmado que ia que nem fotografias tirei só queria era ver o que estava à frente.

A seguir foi a Ponte ferroviária de S.João, o Cais junto à Quinta de São Salvador,onde estavam dois enormes barcos turísticos encostados, já comentávamos que era bom era estar numa daquelas espreguiçadeiras nos barcos ou num deles até tinha uma pequena piscina. Logo a seguir começaram as dificuldades, o caminho não era todo liso, passamos num campo meio lavrado mas que dava para ir passando por um carreiro sempre junto ao rio, não havia grande lugar a descuidos, algumas covas e muitas silvas, qualquer descuido ia dar lugar a banho no rio, e não havia grande motivação ainda para isso, ainda.
Mais adiante as coisas complicaram-se, não havia passagem em frente, das duas uma, ou para trás e voltar a encontrar caminho por estrada, (naahhh, hoje não íamos com disposição para isso) ou molha o pézinho, optamos por molhar o pé, a meia, o tornozelo, a perna .. e foi quase ao joelho..
Aqui o Sérgio a ver se água estava molhada ... eheh ... e a avaliar a profundidade a ver se tinhamos pé ..
E se na primeira ribeira a água até estava limpa, a segunda já deixava um pouco a desejar ... e a ponte que se vê atrás só dava acesso a um terreno vedado...
Depois de passarmos o Areinho de Oliveira do Douro, surgia outra dificuldade, o trilho limpo desapareceu e havia uma mata cheia de silvas e fetos enormes onde notava-se que ninguém passava à muito tempo por ali, mesmo assim, fomos em frente a desbravar,pensava eu comos meus botões, na próxima trago a tesoura de poda ao menos sempre dou luta às silvas, que me iam deixando as pernas em estado "riscado", mas hoje era daqueles dias em que nada nos pararia ... excepto uma coisa ..
Depois de andar cerca de uma centena de metros através de mato cerrado, a puxar as bikes das silvas enormes que se prendiam a tudo, chegamos a uma conclusão ... dali para a frente só pelo rio, já que o "caminho" que levavamos terminava abruptamente, sem alternativa que não fosse saltar uns metros abaixo para o rio, como ninguém levava barbatanas, nem barco, decidimos a muito custo fazer o caminho inverso pelas silvas novamente... mas parte do caminho estava agora mais aberto .. mas também tínahmos mais noção do risco que inconscientemente tínhamos corrido .. é que o "caminho" era nada mais que um pequeno carreiro ladeado pelas silvas e logo ali o rio mesmo em baixo, qualquer escorregadela ou desequilíbrio e tínhamos-nos enfiado pelas silvas em direcção à água...
Neste ponto, só havia uma coisa a fazer que era contornar aquela quinta e foi o que fizemos, uma calçada de pedras à moda antiga e a subir onde se tornava também difícil pedalar, pelo constante escorregar dos pneus acabou por se fazer à mão, até que encontramos alternativa, depois de várias tentativas de encontrar trilho, foi mesmo entrar em Oliveira do Douro por estrada,
aproveitamos para ir tomar um cafézinho numa confeitaria cheia de pessoal a viver dos rendimentos (mínimos concerteza) que nos olhava estranhamente como se fôssemos seres de outro planeta....
Depois fomos percorrendo o caminho por estrada até ao Areinho de Avintes, passando pelo Cais do Esteiro, o que foi uma pena foi ser tão cedo, nem 11 horas eram, é que ali naquele sítio tem um restaurante fabuloso, o Cais, mesmo junto ao rio Febros (acho eu) onde se come divinalmente, pena ser tão cedo, mas fica para uma próxima ...
Aqui o Sérgio a assustar o pato ... e a seguir a vista do Cais do Esteiro ... para montante ...e para jusante ... depois fiquei com pena de não ter tirado as fotografias com a máquina fotográfica, teriam ficado melhor certamente ... Por aqui também não havia caminho utilizável, contornamos pela estrada e logo chegamos ao Areinho de Avintes, local que já conhecíamos, e fizemos o regresso através dos trilhos de Avintes até ao Parque Biológico, trilhos estes que estão agora bem limpos de silvas e ervas, em toda a extensão até ao Parque. Pelo menos aqui o poder local (não sei se a Junta se a Câmara) tem cuidado dos caminhos sem serem os alcatroados.
E foi um passeio magnífico, uma manhã bem passada, cerca de 3 horas a pedalar, em quase 30 km, já se sabe que quando se vai à descoberta o tempo rende menos, mas nem por isso o prazer é menor.
Bem e até à próxima pedalada ... a minha vai ser no próximo domingo, 31 de maio, no Entroncamento, uma terra de fenómenos ...
Abraço e boas pedaladas
João Vaitu63

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